Dom Antonio Campelo – A história de quem fez história
Desafiar as distâncias, mesmo que com transporte animal. Enfrentar o sol quente, a poeira do verão e o lamaçal no inverno para promover o bem da humanidade. Isso faz de Dom Campelo um homem de Deus.
A Irmã Maria Auxiliadora de Menezes, da ordem das Medianeiras da Paz, veio de Petrolina e aqui se integrou aos trabalhos da Semana Missionária Vocacional, trazendo um forte testemunho de quem conheceu Dom Campelo em vida e profundo conhecimento da sua obra, da sua personalidade e expectativas para o processo de beatificação deste Bispo arrebatado pelo amor de Deus, cujo lema foi: “TUDO FAREI PELOS ELEITOS – TUDO FAREI PELAS ALMAS QUE DEUS ME CONFIAR”
Impressionado com a grande extensão territorial da Diocese de Petrolina, que compreendia todo o Alto Sertão de Pernambuco, o Bispo, que pautou toda a sua vida a luz da palavra de Deus, exclamou: “NÃO DEIXAREI NINGUÉM A MARGEM” e assim desafiou todas as dificuldades comum à uma região distante dos grandes centros, com pouca estrutura e escassez de recursos que possibilitassem melhor qualidade de vida e um pouco mais de dignidade.
Com o zelo do bom Pastor, Dom Campelo foi atrás do seu povo e em cada lugar desenvolveu ações que fazem até hoje uma grande diferença na vida das pessoas. Aqui destacamos algumas obras:
1- Em 1962 fundou a EMISSORA RURAL – Para que a voz do pastor chegasse a todos os rincões da diocese;
2- Criou as escolas radiofônicas para atender às famílias da Zona Rural, doando três mil rádios sintonizados na emissora Rural, além de disponibilizar uma equipe de professores para atender essas famílias;
3- Criou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e as Legiões Agrárias, uma clara preocupação com o bem-estar do homem do campo;
4- Criou a obra da Santa Infância no interior da diocese, para atender crianças desamparadas, revelando um “Coração ardente da caridade de Cristo”.
5- Fundou a Vila São Francisco, no ano de 1957, com 28 casas para abrigar vítimas das enchentes do Rio São Francisco, na cidade de Petrolina;
6- Fundou o Patronato Agrícola do São Francisco, pioneiro no serviço de irrigação nesta região, capacitando as famílias ribeirinhas a cultivarem a terra;
7- Criou a Cáritas Diocesana para desenvolver ações de caridade juntos aos marcados pela extrema pobreza;
8- Ampliou o Instituto São José em Petrolina, com a criação da Escola Industrial e o grupo dos escoteiros, para atender crianças e adolescentes em situação vulnerável;
9- No ano de 1959, lançou seu olhar para as mulheres do Sertão do Araripe, sensível a falta de condições mínimas e ao grande número de mortes das parturientes. Criou em Araripina a Maternidade Santa Maria;
10- Em 1967, criou o Hospital e Maternidade Santa Maria, demonstrando rara capacidade de articulação com as autoridades. Esta obra provocou a chegada da energia elétrica e telefonia;
11- Em 1967, criou em Araripina a Escola Normal Dom Malan, com oferta de ensino de nível médio, até então inexistente na cidade, atendendo a sua visão que contemplava a saúde, educação e as causas sociais;
12- Neste mesmo ano, tomado com a preocupação da formação profissional e educação da juventude, criou em Araripina o Centro Social Urbano;
13- Em 1967 criou na cidade de Santa Maria da Boa Vista o Hospital Santa Maria.
14- Em 10 de dezembro de 1968, vendo a paz sempre ameaçada, a desorientação religiosa das famílias, a extrema miséria do seu povo, fundou o INSTITUTO SOCIAL DAS MEDIANEIRAS DA PAZ, com o lema: “TUDO FAREI PELOS ELEITOS” e o carisma de: Ser Presença de Construção e Mediação da Paz. MEDIAR CONSTRUINDO A PAZ, sendo presença atuante nas paróquias mais pobres quanto ao ambiental, ao social, e ao topográfico.
A Congregação das Medianeiras da Paz solicitou e espera da Igreja a abertura da causa de Beatificação de Dom Campelo. É um processo exigente, sério e de longa caminhada a ser empreendida, que exige todo um trabalho de resgate da sua história, percepção das virtudes por ele vivenciadas, dos sinais de santidade em sua vida, pontuou a Irmã Auxiliadora de Menezes.