O Evangelho deste domingo traz a PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO. Leia esta reflexão.

JESUS ACOLHEDOR E MISERICORDIOSO

Já se tornou lugar-comum dizer que o capítulo 15 é o coração do Evangelho de Lucas, por relatar, em três parábolas – por meio das figuras da ovelha desviada, da moeda perdida e do filho rebelde –, a atitude de Deus com relação ao pecador.

É importante destacar o motivo pelo qual Jesus conta essas parábolas: ele é criticado por alguns setores da sociedade porque “acolhe os pecadores e faz refeição com eles” (v. 2). De fato, Jesus nunca teve dificuldade de se relacionar com os desprezados da sociedade: pobres, pecadores, endemoninhados… Seu objetivo é resgatar a dignidade das pessoas discriminadas.

O texto de hoje se detém na “parábola dos dois filhos” ou “do pai misericordioso”. O filho mais novo pede ao pai sua parte da herança e resolve se aventurar mundo afora, vivendo sua “liberdade”. Enquanto isso, o mais velho continua a tocar os negócios da família.

Aconteceu que a herança do filho “aventureiro” um dia terminou, e ele teve de aceitar um emprego desumano para sobreviver. Até que caiu em si e resolveu voltar para a casa do pai, que o acolheu com alegria e amor. Por sua vez, o filho mais velho desaprovou por completo a atitude paterna.

O objetivo da parábola é pôr em evidência a misericórdia de Deus para com o pecador arrependido e, ao mesmo tempo, mostrar que não basta ser apenas fiel cumpridor das leis – como era o filho mais velho.

Por um lado, a atitude do mais novo dá a conhecer a opção preferencial de Jesus: acolher os marginalizados e desprezados da sociedade. Por outro, o mais velho lembra as pessoas convencidas de sua observância, que se comparam aos outros e se consideram com mais merecimentos diante de Deus.

Os dois filhos podem representar atitudes presentes em cada um de nós: ora a de pecador arrependido, ora a de pessoa arrogante, que julga ter mais méritos que as demais. O mais velho não acha justo o pai acolher com amor aquele que retorna a casa; nega-se a admitir o amor do pai, que celebra e festeja porque um filho seu “voltou à vida”. Ambos os filhos têm suas limitações e fraquezas e necessitam do amor e da misericórdia do pai.

Pe. Nilo Luza